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O prato da exploração e da desigualdade de género

Nas Filipinas,, as mulheres que trabalham nas plantações de açúcar, côco e milho recebem salários mais baixos do que os homens, apesar de ter a mesma quantidade de trabalho.
No Uganda, as mulheres com um nível extremamente baixo de propriedade de terra e representação política são frequentemente excluídas da tomada de decisões sobre o que fazer com a conversão das propriedades rurais para a produção de monoculturas, como lavouras de óleo de palma. A capacidade dessas mulheres de alimentar as suas famílias através da agricultura também fica comprometida devido à falta de poder de decisão sobre o uso da terra.
Os apanhadores de morangos migrantes de Huelva, muitos dos quais não têm documentos e não são pagos por fazerem horas extras, vivem em abrigos improvisados superlotados, sem água potável e eletricidade, de acordo com relatos da imprensa.

Os trabalhadores agrícolas, inclusive os migrantes, não sofrem apenas de problemas de saúde ligados ao modo de produção industrial. Muitos deles também são vítimas de violações das leis trabalhistas e dos direitos humanos. Eles recebem salários inadequados, têm que viver em condições insalubres e trabalhar em condições análogas à escravidão ou extremamente perigosas.
Um exemplo é a situação dos marroquinos que trabalham nas plantações de morangos da província espanhola de Huelva, que exporta em grande parte a fruta para a Alemanha, Reino Unido e França.

Frequentemente, as mulheres sofrem com condições de trabalho e de vida muito piores do que as dos homens. Isso ocorre porque o sistema alimentar dominante se reproduz e muitas vezes exacerba as desigualdades de género que estão enraizadas no patriarcado. Este sistema baseia-se na distribuição desigual de poder entre homens e mulheres em detrimento delas, já que que as mulheres frequentemente se dedicam ao cuidado não remunerado da família e ao trabalho doméstico.

Qual é o preço real dos alimentos “baratos” produzidos industrialmente e quem paga por eles? As pessoas afetadas por injustiças e violações dos direitos humanos têm a possibilidade de participar da tomada de decisões sobre os seus sistemas alimentares?